terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A BARRIGA DO PAI NATAL



Como desce o Pai Natal pela chaminé? De casa em casa, a sua barriga cresce com os doces de Natal. Cresce como um balão e fica mais pesada, ao mesmo tempo que a boca se abre num grande sorriso. Como são altas e estreitas as chaminés! Felizmente, o menino Jesus - quem mais senão ele - puxando uma corda, feita com as barbas de Deus, laça a grande barriga do Pai Natal e fá-lo descer, leve como uma estrela, até à árvore de Natal, bem junto da lareira. E, se pesado desce o Pai Natal, mais pesado sobe, ainda!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

É NATAL PARA O PAI NATAL!

É NATAL PARA O PAI NATAL!


Todas os adultos sabem que é o Pai Natal quem anualmente leva os presentes a casa dos meninos. Trabalho que muito facilita a vida dos pais, pois não têm que sucumbir à demencial azáfama das vésperas natalícias. Apenas de aguardar pela meia-noite, confortavelmente instalados, com os respectivos pequenos ao colo.

Mas certo dia de Natal, há muito tempo, todos os meninos do mundo correram o risco de não receber nem um rebuçado. E porquê? Simples. O Pai Natal caiu de cama com uma pneumonia. O primeiro espirro aconteceu durante um nevão interminável. O Inverno estava a ser muito mais frio do que o costume. Apesar de estar habituado à neve da Lapónia, o Pai Natal resolveu sair sem casaco, sem botas, e imaginem!, apenas de chinelos. As renas que puxam o trenó dos presentes estavam a ficar com as patas enterradas na neve. Em breve, todas elas estariam debaixo da espessa brancura, se não recolhessem ao estábulo:
-- Aaaaaaaaaaaatchimmmmm! – espirrou o Pai Natal – Oh, que gelo! Nunca se viu Inverno assim na Lapónia, e eu já vi muitos. Milhares deles.
-- Velho tolo! – guinchou o esquilo que vivia na árvore do quintal – Por teres passado por tantos devias saber que não se sai à rua sem casaco, sem botas, e ainda por cima de chinelos. Vais constipar-te. E depois quem é que entrega os presentes aos meninos? Toma, come uma noz. Se não fizer bem aos espirros, pelo menos deixa os dentes brancos e lustrosos.
Nada. O Pai Natal, apesar de muito sábio, deixou-se arrefecer e dois dias depois tiritava de febre na caminha de abeto que mal aguentava com o seu peso.
-- Ora, estamos no dia 2... hummmmm, não, o Sr. Pai Natal não estará curado a tempo do dia de Natal. Não senhor. Aliás, é muito pouco recomendável que se ponha para aí a andar de trenó com o frio da noite. Nem pensar nisso. Cama!
O médico foi peremptório. Mal humorado, o Pai Natal tapou a cabeça com os cobertores.
Um milagre estava próximo. Os duendes fazedores de brinquedos ouviram tudo atrás da porta. Bem se sabe que é feio escutar atrás das portas. Enfim, foi por uma boa causa. Puseram-se todos a falar muito depressa em duendês e tiveram uma ideia. Visto não ser possível entregar os presentes nesse ano, pelo menos a tempo, não seria por causa da pneumonia do Pai Natal que os meninos ficariam sem presentes.
-- Euq sodot meugep me sipál e lepap – que em duendês quer dizer: Que todos peguem em lápis e papel.
As mãos mágicas e pequeninas começaram a escrever longas cartas endereçadas às casas de todos os meninos do mundo. Apesar de serem minúsculos, os duendes sabiam todas as línguas do Homem e todas as línguas dos animais. Não era tarefa difícil.
“Este ano, o Pai Natal não poderá entregar os presentes. Apanhou uma grandessíssima pneumonia. Por essa razão, os duendes da Lapónia fazem um pedido: cada menino e cada adulto deverá fazer ou comprar uma pequena prenda. Uma só. No dia de Natal todos trocarão de prendas. É muito fácil. Quem fizer batota (esperar uma prenda sem dar nada em troca) será castigado. Fica com o nariz congelado o ano inteiro. É muito perigoso, um nariz congelado parte facilmente. Ninguém, com certeza, gostará de andar por aí sem nariz depois de ter ido contra uma porta. Com os melhores cumprimentos.
So sedneud ad Ainópal”

Nessa noite todas as renas do Pai Natal se puseram a caminho, guiadas pela sombra das cegonhas da Lapónia. Percorreram todos os países do mundo e deixaram uma carta em cada chaminé. Não se enganaram numa morada sequer! Cada pessoa pôde ler na sua língua respectiva. Todas as cabeças se puseram a imaginar presentes, de todas as mãos saíram lembranças. No dia de Natal, o Pai Natal deitou o nariz fora da janela e sentiu-se muito melhor. Qual não foi o seu espanto quando deu pela presença de um pequeno embrulho atado com azevinho:
-- Que engraçado! Tem o tamanho de uma noz...
Pegou com cuidado no cartão de letras douradas e leu com um sorriso de orelha a orelha “Para o Pai Natal, com desejos de melhoras e dentes bonitos. Feliz Natal. Esquilo”.
-- Ora essa, é a primeira vez que recebo uma prenda! Este ano, até para mim é Natal!